terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Corrida dos 60 anos do Metro

Mas será que já não há mesmo inscrições?...
GOSTAVA MESMO DE IR.

domingo, 14 de dezembro de 2008

GP Natal 2008

Depois de uma semana sem um treino e a tomar Ananase, fiz ontem 4 kms à volta de casa para ver se valia a pena ir hoje correr a Lisboa, para ver se a perna já levantava melhor. Passou no teste.
É chato não ir quando é o Clube que paga as inscrições, que não eram baratas(nem uma medalhinha ofereceram...). O mínimo que podia fazer era ir marcar presença e fazer um treino rápido com o mínimo de dor possível.
Tinha de aquecer 20 mns em corrida contínua e alongar muito, muito bem.
Foram 10 mns no estacionamento do Colombo que lá fora chovia torrencialmente!
Fui com meu compadre a 20 mts da vista, com ele a fazer as despesas sem me ver atrás dele.
Na Av. de República, juntei-me a ele pois vi que ia a desacelerar. Animei-o e fizemos os túneis juntos. No Saldanha decidi que ia buscar umas miúdas novinhas que achei que não deviam ficar à minha frente e arranquei pois sentia-me bem.
A dor estava disfarçada, quentinha e aí fui eu sempre a descer até aos Restauradores.
Consegui, sem grande sofrimento tirar 30 segundos ao meu melhor tempo aos 10 mil: uns modestos mas saborosos 41m13s.
A pior parte a prova foi passar junto à Catedral e lembrar-me daquela bola a passar por baixo do braço do Moretto...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Meia Maratona de Lisboa 07 de Dezembro

É a 3ª meia esta época.
É a 3ª que não corre nada bem.
Na 4ª feira estiquei um tendão a fazer séries de 300m, não rompeu mas ficou magoado.
Na prova, o aquecimento levou-me a pensar que estava melhor, bem melhor. Engano.
Depois dos primeiros 4 kms a 04.20m por km, vi que não ia aguentar e fui a coxear até aos nove, a arrastar-me.
Parei numa paragem de autocarro e esperei pela minha comadre que estava a fazer a sua primeira meia. Pediu-me para ir com ela devagarinho e eu fui, por ela. Pensei que ia precisar de ajuda aos 16 ou 17 kms e fui a animá-la, mas eu precisava mais de ajuda que ela...
Sentia a perna pior, mas melhorou aos 14 kms, estava quente e decidi puxar por ela. Sei que consegui que fizesse os últimos kms a 04.40m, mas não consegui que baixasse das 2 horas.
Valeu a pena, mas hoje não consigo dobrar a perna, claro.
Quando a cabeça não tem juízo...

domingo, 30 de novembro de 2008

Sobe e desce

O que era para ser um treino longo a rolar, acabou por ser um treino longo de força, com muitas subidas e descidas, na mata, com o piso mole, a puxar pelas pernas.
Tudo porque resolvi acompanhar os Veteranos III e IV do meu clube, o Águias Unidas.
Só que não tenho os anos de atletismo que eles têm e sofri a bom sofrer.
Havia um que subia subidas de 500 metros a 04.35m e ia a contar anedotas.
Eu já nem sorria. Só tentava não perder o comboio...
Os últimos dois kms dos 20 que fiz foram debaixo da chuva mais gelada que apanhei este ano e com vento contra.
Que bem que soube o banho quente...
Cheguei, transferi os dados para o pc e vi que tínha feito 17,5 kms na mata a 05.05m de média.
Para mim, foi bom, muito bom para ganhar força.
Para dois ou três deles foi apenas um passeio de Domingo...
E com os mais velhos que se aprende, com quem tem sete ou oito mil metros nas pernas...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Séries de 1000m

Eu só digo uma coisa:
Se um mediano corredor de pelotão que não fazia isto há 6 meses consegue fazer 6 séries de 1000 metros a 03.58m, com intervalo de 200m, por que é que o Benfica não há-de ganhar na Grécia?!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Cross Internacional da Amora - 23 de Novembro

Nunca tinha competido com a "nata" nacional.
Era a penúltima oportunidade para os atletas nacionais com aspirações
serem seleccionados para a selecção nacional e estiveram presentes.
Manhã de sol, percurso difícil. Cinco voltas de 2050 metros.
Bom treino. 47 minutos.
Os profissionais dos 29 minutos aos 10 mil não baixaram dos 31 mns, inclusive o queniano que venceu.
Fiquei contente. E as pernas corresponderam. Ganharam leveza e desenvoltura nos treinos a seguir.
Hoje foram 16 kms a 5 mns/km, sem esforço, soltinho.
Se calhar, se a patroa quiser, vou a Lagos passar o fim de semana.
E fazer a Meia...
Bons treinos.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Anoitecer a ouvir pica-paus

Quando se sai de casa para fazer 10 kms em 5o mns e se acaba por fazer 14 kms porque se encontra companhia espontânea, não há coisa melhor.
Depois de 4 dias de penosa paragem, ontem fui até à praia correr à beira do mar fabuloso da Fonte da Telha, com um sol fantástico e hoje na mata da Apostiça, até anoitecer a ouvir os animais começarem a expulsar-nos do seu sossego. E isto a mns o quilómetro, sempre a desfrutar com o Sr João.
Bem haja e prazer em conhecê-lo...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Gripe

Ora aí está a inimiga da minha subida de forma que se começava a desenhar, finalmente...
3 dias de cama, febre, tosso que nem um desalmado e vou falhar a prova do fim de semana...
Azar, pra semana arrebito.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Grande Prémio da Cruz de Pau - 26 Outubro

13,2kms de percurso de que gosto, acompanhando o meu amigo Freitas que recupera de uma ciática, na primeira parte da corrida e acelerando um pouco na segunda parte, para terminar numa hora certinha, com a melhor surpresa que podia ter no final: a minha mãezinha estava a ver-me chegar. Depois fomos almoçar, passear e tirar fotos à beira do rio(o meu filho adora a minha D80) e fomos ver o Glorioso a ficar à frente dos Ladrões ou Dragões, qualquer coisa assim...
Um Domingo bom, muito bom...

domingo, 19 de outubro de 2008

Corrida do Tejo

Continua a ser a minha prova preferida, não pelos tempos que faço, mas porque acho agradável, bonita, então hoje aquela mancha vermelha quando se olhava para trás...
Maravilhoso.
Para o ano vou ficar nos primeiros mil... Faltam 17.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

De volta aos treinos


Pois é, depois de mais uma visita ao Dr. Cigarro, dois dias de repouso depois de ele me pôr as articulações no lugar e de me desbloquear o tendão que tinha bloqueado e inflamado, fiz hoje o 3º treino, sempre de pé atrás, mas sempre a ganhar confiança.
Fui aconselhado a fazer umas palmilhas personalizadas, tendo como ponto de partida um exame chamado Podografia computorizada, bastante interessante pois mostra a partir de uma análise da passada, portanto de forma dinâmica em vez dos vulgares exames apenas estáticos, onde se coloca mais carga, em que zona dos pés, a rapidez do contacto da área de cada pé, etc.
Muito interessante. Aconselho.
Resultado: tenho, de facto, um problema mecânico, que concerteza não ajuda no aparecimento destas lesões chatas, que sem serem agudas chateiam bastante. O meu problema é um desequilibrio na área onde distribuo a carga do corpo na passada. No pé esquerdo, coloco mais na parte posterior do pé e no pé direito, na parte anterior. Poupo inconscientemente a perna esuqerda. Isto vezes 15000 passadas, bem não faz. Mas chega de lamúrias.
Domingo vou à Ventosa pela 1ª vez, dizem que é uma prova engraçada e oferecem um bruto almoço aos atletas. Vou em treino e convívio.
Aproveito para conviver mais com o meu "amigo" novo.

sábado, 4 de outubro de 2008

Mais do mesmo

Amanhã vou ao médico, ao mesmo osteopata que me viu em Julho. Se ele achar bem vou fazer exames. Tenho a perna direita tensa em repouso!!! Se corro, aquece, e sabe-me bem mas em repouso parece que tenho a perna toda contraída, mas tudo sem dor aguda nenhuma.
Não percebo. Pergunto a colegas de corrida se já tiveram isto e nada. Ninguém.
É frustrante estar há 5 dias sem correr, ter feito a meia da ponte em ritmo de passeio para não estragar e não melhora.
Gastando dinheiro em tratamentos...

domingo, 21 de setembro de 2008

3º dia a ressacar

É a segunda vez que estou alguns dias sem me "mexer".
Custa.
Já fiz 3 sessões de tratamento. Amanhã há mais, agora é com a máquina LPG. Disem que faz bem, vamos ver.
A Ponte Vasco da Gama vai ser atravessada bem devagarinho a fazer companhia à multidão da Mini, a Meia fica para o ano.
Perna dum raio!!!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Meia Maratona de S João das Lampas

Já é a 32ª, mas para mim foi a primeira. Espero que não seja a última.
A paisagem da prova é soberba.
As características do percurso são duríssimas, mesmo para quem tenha casa a 3 kms dali e treine bastantes vezes por ali.
Mas custou-me bastante.
Não tinha grandes expectativas de tempo, encarei a prova como um treino de força, mas pensei que fizesse à volta da hora e 45, mas não consegui. E foi na parte mais plana(se a há), que fiz pior, 28 mns dos 15 kms aos 20kms.
Resultado: 1h e 48m.
Tinha as pernas, pesadas, presas, contraídas.
Tenho andado com uma inflamação chata no tendão colateral interno da perna direita, que me deixa treinar mas que provoca bastante desconforto, principalmente quando em repouso.
Esquisita.
Mas durante a carga, nunca me dói, pois os tecidos aquecem e o edema dilui-se um pouco por todo o tendão. Mas não é a mesma coisa correr ou treinar com o joelho assim.
Mas o que eu acho que me fez muito mal foram a 4 horas que levei sentado ao volante durante toda a manhã no Ic 19, que estava cortado e eu não sabia. Fiquei com as pernas feitas num 8...
Mas para o ano será melhor.
Hoje iniciei um tratamento de acupuntura, complementando com ultra-sons e laser, para ver se isto melhora e se faço a Vasco da Gama mais à vontade, mas devagarinho...

Corrida do Avante

Prova animada com muita gente.
O percurso não chegava aos 10000m.
Início de época.
O meu tendão não melhora, inflama quando em repouso.
Esquisito.
Muito chato mesmo.

sábado, 30 de agosto de 2008

De volta

Depois de várias semanas de "ronha", de treinos descontraídos, eis-me de volta para a preparar a minha segunda época de corredor de pelotão. Escrevo após um treino rápido incluído no programa que elaborei com a ajuda do site do Sr. Carlos Fonseca(a quem agradeço). Trata-se de um programa de 5 semanas para me preparar para a Meia da Vasco da Gama, um programa para quem almeja um tempo à volta da hora e meia, o que no meu caso é quase utópico pois ainda não estou com andamento para pensar nesse tempo, mas vou tentar cumprir o programa. Embora não tenha gostado da prova no ano passado, foi a minha primeira meia maratona(1h e 56m!!!), com muito sofrimento nos últimos 3 kms, este ano vou experimentar novamente e com a companhia do meu primo(ciclista de BTT), que apostou com colegas de trabalho que fazia menos de 1h e 45m. Estou a mentalizá-lo que é possível, mas exige alguma preparação cuidada. E onde é que temos treinado? S. João das Lampas!! Dia 13 lá estamos, e eu digo-lhe: "se fizeres a de S. João bem, passeias na da Ponte..."
Eu só acho que deveria estar incluído na aposta do jantar...
Claro que treinando mais a sério, o que começou a dar sinal de esforço a mais foi o meu tendão do joelho direito, que me deixa na dúvida: páro ou continuo?
Tenho continuado, com gelo após o treino, mas não está muito bem. Vamos indo.
Amanhã só faço o longo se o meu Benfica hoje ganhar!!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Regresso a Portugal


Depois de duas semanas e dois quilos a mais no Brasil, eis-me de volta ao nosso clima onde apetece mais correr, treinar.
Tive a sorte de estar em dois fantásticos hotéis(recomendo ardentemente o Nannai Beach Resort), com ginásios bons onde pude fazer o que me tinha sido recomendado pelo terapeiuta: reforço muscular das zonas das lesões que tenho tido.
Fiz muitos minutos na passadeira(monótono...) e muitos minutos nas máquinas de pernas, flexor e extensor. Estou muito melhor, sem qualquer dor e desejoso de amanhã ir pisar a mata da Apostiça...

sábado, 26 de julho de 2008

Folga...

Ando muito disciplinado.
Embora me apeteça treinar mais forte, páro este sábado. Amanhã faço um longo suave.
A perna está a recuperar a forma, a cabeça melhora logo. Estou a jogar computador, que se admirou de ver o pai sem estar todo transpirado pela manhã...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Estar de volta


Foram 14 dias muito tristes, muito longos.
Há amigos meus que podem considerar pueril a frustração que causa não poder matar um vício que se instalou e que nos faz levantar da cama, calçar, ligar o gps e o mp3 e ir!
Estou a recuperar, estou sem dores depois de 8 dias de treino, com um longo de 17 kms no Domingo com o meu primo que treina como se estivesse num treino dos Rangers do Exército... Tenho feito treinos de 50 mns, pelas arribas da praia de S Julião, suaves a 5m15s, dois rápidos de 40 mns e um longo, não tão lento como deveria ter sido, mas o joelho está bem, tenho reforçado a parte muscular com exercícios específicos, muita flexão, muito alongamento e nada de dores.
Estes meninos também estão a ajudar. E muito!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Balanço do 1º ano

20 provas no total.
4 meias; 6 de 10000; 4 de 15 kms(talvez a minha distância preferida) e as outras de distâncias mais curtas, de que não gosto muito, mas como contavam para o Troféu, lá ia, representar o melhor que podia o clube.
É engraçado que todas foram novas para mim, não podia fazer comparações como ouvia os meus colegas a comentar, os "tempos de há 2 anos" e a "chuva do ano passado".
Para mim era tudo novidade, eram sempre tiros no escuro, o meu adversário era e continua a ser, apenas o cronómetro, com o meu GPS igual ao do Dean Karnazes, esse grande maluco.
Tentei sempre melhorar os tempos nas distâncias padrão. Só fiquei desiludido comigo mesmo uma vez, na Meia da 25 de Abril.
Provas de que mais gostei e que quero mesmo participar sempre:
- Corrida do Tejo
- Meia de Lisboa
- GP do Atlântico
- Manteigas- Penhas Douradas
- Corrida do Metro
- Corrida dos Sinos
- Meia de Setúbal

Posso considerar que tive uma evolução positiva e o feed-back que tenho tido dos meus colegas aponta para que consiga, com mais anos e kms nas pernas, ir melhorando ainda mais.
Acabei a época a fazer 42 m aos 10 kms, 1h 06m aos 15 kms e 1h 34m na meia-maratona, marcas que há um ano me fariam rir. Claro que comparando com o andamento dos meu colegas de pelotão dos Veteranos VI... fico deprimido, mas continuo a aprender.
Aprendo a usar os braços, aprendo a gerir melhor os ritmos em prova, treino mais a potência e não apenas a endurance como fazia nos 1os meses, etc.
Vai indo...
Para primeiro ano, acho que não está mal. Nunca piorei um tempo, de uma prova para outra. Melhorei em todas, só na meia da 25 de Abril é que, estava bem, poupei-me, esperei pelo meu amigo Mota(sim, em 2008 já era ele que me acompanhava a mim...), e não consegui fazer um tempo à volta da hora e 32 , que estava, naquele dia, perfeitamente ao alcance, numa prova tão rápida e fácil como é. Mas para o ano há mais!

Ou não, neste momento é mais é gelo no joelho e mais um dia sem calçar... Mas está a melhorar.

O início dos treinos

A partir de 15 de Maio, comecei a correr todas as manhãs, muitas vezes ao nascer do sol, que é espectacular. Parava à 5a feira. Acabaram-se as noites pouco dormidas e as horas a virar-me na cama. 45 ou 50 minutos por dia e um treino mais longo ao Domingo. O meu compadre, o Mota, estava inscrito para a Maratona de Nova Iorque e picava-me para o acompanhar nos treinos que começava a cumprir constantes no seu plano de treinos de 4 meses. Comprei uns Adistar Control 4, que depressa percebi serem excelentes, mas que comprei ingenuamente como se de um par de sapatos se tratasse. Ora se calço o 39, 40, comprei o 40. Mau resultado. Número indicado para mim: 42. Só agora tive a certeza disso, depois de unhas negras e calosidades nas pontas de quase todos os dedos.
O Mota havia prometido a si próprio que terminaria a maratona, pela sua querida irmã que lutava há anos contra a mais malvada doença, com todas as forças, mostrando-nos como era ser forte, muito forte.
Sempre que vou a sofrer numa prova, lembro-me que ela nos observa lá de cima com o seu sorriso e basta lembrar-me do que lutou para considerar o meu sofrimento uma innsignificância... e acelero a passada. Eu e o Mota começámos a treinar mais e melhor, e comecei a conseguir acompanhá-lo, o que me motivava ainda mais. Tínhamos uma missão: ele, terminar a maratona. Eu, ajudá-lo como podia a ficar bem preparado.
Comecei a pesquisar na Net, saquei uns planos de treino, reformulei-os às minhas necessidades e tentei cumpri-los.
Decidi então inscrever-me no clube do meu bairro, não no futsal, como tinha feito durante anos, mas na secção de atletismo, que tinha e tem, para grande espanto meu, cerca de 35 atletas inscritos, na sua maior parte Veteranos de várias idades. Recebi um fato de treino e tudo o mais e senti-me quase um "atleta". Fazemos reuniões na última 6a feira de cada mês onde se estabelecem as provas a participar no mês seguinte. Estava desde logo inscrito no troféu concelhio, com várias provas ao longo do ano em que se ganhavam pontos que permitiam subir no ranking do escalão. Tudo novidade para mim.
Comecei a ir às provas com os meus colegas, que me receberam muito bem e que me aconselhavam sempre de forma sensata. Temos Veteranos com 62 anos a fazer 1h 22m na Meia Maratona.

Melhoras

Não é que alguém me venha aqui ler, mas sinto-me bem só por escrever que hoje o meu joelho está melhor.
Logo continuo o relato cronológico deste meu ano probatório.
Vou para o tratamento e para a escola, pois os professores não estão de férias, caros Pais e Encarregados de Educação. Há muito trabalho a fazer.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

The Day After

Segunda-feira, acordei com duas tábuas espessas e rijas em vez de pernas.
Não me iria levantar... Nem dava aulas nesse dia. Era o dia de folga.
Que bom, passaria a manhã na cama com o sentimento glorioso de mais um Jovemaio concluído!
Passados 10 segundos, o click que mudou o meu dia, o meu ano, a minha cabeça, um pouco da minha vida no fundo!
Eu durmo pouco, deito-me cedo, adormeço com facilidade, mas por volta das seis da manhã, no máximo, acordo e não durmo mais. Isto quando não acordo mais cedo e me ponho a pensar em tudo o que a noite escura se lembra de me pôr a pensar.
Sem perceber como nem porquê, nem consigo explicar a ninguém o que me aconteceu, levantei-me, vesti o calção, a t-shirt da prova, calcei-me, bebi um copo de água e saí de casa para fazer 40 minutos muito devagar, com as bolhas a latejar, a escorrerem aquele líquido que criam dentro, mas com as pernas a responderem e pedirem para se mexer.
Cheguei a casa feliz, como não me sentia há muito. Tinha conseguido. A partir dali era capaz de mais. Tive a certeza. Naquele momento!
É algo de muito esquisito, mas também especial, sentirmos as primeiras vezes em que o corpo, mais especificamente uma parte do cérebro, nos pede para nos levantarmos e colocarmos um passo à frente do outro, sem complicações, sem ligar ao sol, à chuva, ao vento, aos cães, aos carros, à noite...
É algo que não se consegue explicar a quem não corre, a quem não gosta de correr, mas que acontece e PODE acontecer a qualquer um!
E eu, que detestava o acto solitário que é correr, o gesto mecânico que preconiza o acto da corrida, sou, felizmente para mim, a prova de que correr é especial.

XXV Jovemaio



13 de Maio 2007
Lá estava eu, com os meus Nike qualquer coisa, as minhas meias de algodão, bem grossas e uma disposição intransponível de bater toda a concorrência - que se resumia a uma rapariga de 35 anos, com 3 filhos - sem apelo nem agravo. Era muita picanha em jogo, muito franguinho assado, muitas Minis geladas. Eu e os meus amigos machos engendrámos um plano infalível: um cansava a Célia, puxava por ela e algum dos outros tentava ficar à frente dela. Mas qual??? Eu não fui capaz, claro.
Acabei a prova, à frente da velhota de 71 anos, mas pelo menos dois minutos atrás da minha amiga.
Fiz a fantástica marca de 56.40m, recorde pessoal da minha carreira de 13 dias como meio-fundista.
Resultado: um dos rapazes chegou 10 metros à frente da nossa amiga, aposta ganha no colectivo.
Resultado individual: a vergonha... bolhas diversas em 3 partes distintas dos pés, o tendão de Aquiles feito pedra, sofrimento geral em todas as partes do meu gordo corpo. É a única data do ano em que costumo usar a hidro-massagem da minha casa de banho. Boa compra...
Continuava a pesar 73 quilinhos...
Depois do churrasco, se calhar, pesava um bocadinho mais...

Eu, em Estremoz, depois de almoçar no São Rosas, quando tinha vergonha de me ver nu...

A estratégia

2 de Maio 2007
Acordei e decidi começar um fantástico programa de treino secreto e individual: fazer gradualmente o percurso da prova, aumentando diariamente um km...
Neste dia fiz 18 minutos. E percorri 2,4 Kms...
Regressei a casa e chamei alguns nomes a mim próprio.Decidi que tinha de parar uns dias, tinha sido um treino muito violento... Estava convencido que tinha sido uma loucura exagerar logo no primeiro dia.
E eu até não me importo nada de cozinhar, de ter o pessoal cá em casa...
Se calhar era melhor esquecer a aposta, ia tentar chegar ao fim sem sofrer muito, sem treinos, como sempre.
Se ao menos corresse com uma bola à frente...

3 de Maio 2007
Acordei e fiz tudo de novo. Com o mesmo sofrimento, pesadão, a arrastar-me, balofo mesmo!

4 de Maio 2007
Acordei e fiz tudo de novo, mas fui mais longe. Fiz quase meia hora!!! "Maluco", pensei.
Estava preparado, já tinha feito cerca de 4 kms. Para sofrer, mais valia sofrer só no dia da prova...

E assim continuei, até dia 10.
Sem ninguém saber.
Estava preparadíssimo, seria a revelação da prova...

Como tudo começou...

1de Maio, 2007. A aposta...
A cavaqueira e o impropério do costume em casa já não sei de quem... A minha comadre, frequentadora assídua do Holmes Place, fanática por RPM e Body Combat na altura, lançou o desafio: "Pago um almoço se algum de vocês(homens) ficar à minha frente no Jovemaio - a prova de 10 kms anual do nosso bairro, organizada por essa ilustre instituição, o Águias Unidas do Fanqueiro - que frequentamos desde crianças, desde os bailes com slows, com apalpões, com beijos roubados, com as mães a guardar as filhas... Bons tempos!
Claro que aceitámos a aposta. Ela sempre foi fisiologicamente uma excelente atleta em potência, naturalmente. Corria sem esforço. Já eu, sempre fiz esta prova, mas a maior parte das vezes, depois de uma noite de copos quando era "vivo", depois de uma jantarada quando já era casado... mas participámos sempre, 5 ou 6 amigos de infância, colecciono as T-shirts das 26 edições da prova mais antiga do concelho do Seixal. O resultado era sempre o mesmo: bolhas várias, 3 ou 4 dias com dificuldades a andar e chegava sempre lado a lado com uma velhota de 70 anos que antecedia a ambulância e o carro-vassoura. Mas cheguei sempre ao fim. Era a minha vitória.
O ano passado, com esta aposta, as coisas mudavam de figura, o estímulo altíssimo, um churrasco sem eu ter de cozinhar, só sentar, comer e beber... Haveria motivação mais forte?
Pesava então 73 kgs, em todo o esplendor do meu metro e sessenta e sete...